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Aegir - O Regente das Águas Profundas


Além de Njord e Mimir, que representavam o mar próximo à terra e a força do oceano primordial, os povos nórdicos reverenciavam o regente das águas profundas dos mares, chamado Aegir, ou Hler, cujo poder tanto podia beneficiar, quanto prejudicar os seres humanos. Semelhante ao deus grego Posídon, ele controlava os ventos e as ondas e aparecia nos mitos como uma força destruidora, nomeada "as mandíbulas de Aegir", descrevendo assim a perda de vidas humanas nas tempestades e afogamentos. Os piratas saxões e os navegantes vikings lhe ofertavam seus prisioneiros atirando um décimo deles no mar para obter sua benevolência e proteção para suas viagens.

Acredita-se que Aegir (mar) - junto com seus irmãos Kari (ar) e Loge (fogo) - pertencia a uma dinastia divina mais antiga, pois ele não se enquadra nem entre os deuses, sejam eles Aesir ou Vanir, nem entre os gigantes. No entanto, os nomes das suas nove filhas, as Donzelas das Ondas, são típicas das gigantas como Gjalp (a que uiva) e Greip (a que abocanha). O culto de Aegir, e de sua esposa Ran, era muito antigo e ele era respeitado e temido pelos navegantes e pescadores nórdicos, pois dele dependiam sua sobrevivência e o sucesso das suas viagens e expedições.

Aegir era descrito como um velho vigoroso, com barba e cabelos brancos, olhos penetrantes e mãos fortes com dedos em forma de garras. Assim como Ran ele usava uma rede para recolher os afogados e as riquezas dos navios naufragados. Dizia-se que todos aqueles que levavam consigo pepitas ou moedas de ouro desfrutavam da sua hospitalidade - regada a hidromel - no seu palácio no fundo do mar. Quando ele aparecia durante as tempestades, seu único objetivo era perseguir e virar os navios, arrastando-os depois para a sua morada, onde se apossava de todos os tesouros e objetos valiosos, o ouro sendo considerado o "fogo de Aegir". Para os anglo-saxões Aegir era conhecido como Eagor, que eles saudavam em cada onda gigante; seus outros nomes eram Hler (aquele que abriga) e Gymir (o que esconde), por ocultar coisas nas profundezas do seu reino e não revelar segredos. Devido à aparência espumante das ondas, o mar era chamado de "caldeirão borbulhante de Aegir" e o navio como o "cavalo de Aegir".

O caldeirão era o objeto mágico de Aegir, onde ele preparava o hidromel para as festas das divindades, considerado também o receptáculo arcaico da criação, transmutação e destruição da vida. Seus auxiliares eram Elde e Fungeng, emblemas da fosforescência e mutabilidade do mar. As vezes, Aegir saía do seu reino para visitar os deuses em Asgard, sendo bem recebido e entretido pelas aventuras e conquistas dos deuses contados pelo inspirado Bragi. Para retribuir a hospitalidade Aegir decidiu preparar uma grande celebração da colheita.



Fontes: Templo de Apolo.net. Norse Mythylogy, Mythology & Culture, Cantinho dos Deuses
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