Dagda era o "Senhor do Conhecimento" e estava muito dotado para a magia. Representava-se-lhe como um homem de campo que arrastava um enorme maço sobre umas rodas. Com um extremo matava a seus inimigos, cujos ossos crujían como guijarros baixo os capacetes de um cavalo, e com o outro ressuscitava aos mortos. Possuía ademais uma harpa chamada Daurblada que foi roubada pelos Fomoré. Também este associado à abundância, já que saciaba a todos a fome com um caldero inesgotável e ténia um grande apetito. É o irmão de Ogma.
História
Foi um dos chefes dos Tuatha Dê Danann, era um grande guerreiro, e amante de Morrigan, a deusa da guerra. Dantes da segunda batalha de Magh Tuireadh, quando visitou o acampamento dos Fomorianos (seus inimigos), em uma trégua da festa de ano novo, lhe deram gachas com leite, farinha, tocino, jabalíes e porcos como para alimentar a cinquenta pessoas normais. Baixo ameaça de morte se não o para, lhe obrigaram a lhe o comer tudo, mas o se ajudou com um caço de madeira tão grande que dentro podia dormir um casal junto e o conseguiu. Isto lhe fez engordar muito, o que não lhe impediu fazer o amor com uma garota Fomoré, que lhe prometeu ajuda mágica aos Tuatha De Danann.
Ganharam a batalha, graças ao deus solar Lugh, os Fomoré retiraram-se baixo o mar e Dagda era muito respeitado. Tempo depois, aos Tuatha Dê Danann derrotaram-nos os filhos de Milesius (antepassados dos irlandeses), e retiraram-se ao mundo subterrâneo.o:Ντάγδα em:The Dagdanão:Dagda.
Dagda é a combinação das palavras irlandesas dag (bom) e dia (deus). Sendo assim, Dagda é o bom deus, não bom no sentido moral da palavra, mas sim bom, por ser bom em tudo, ou todo-poderoso. O nome Eochaid Ollathair, um dos nomes atribuídos ao Dagda, significa "pai de todos". Eochaid é também o nome do antigo deus sol da Irlanda. Este deus Eochaid era descrito como tendo um olho só, o próprio Sol, e por vezes receber o apelido de Deirgderc, ou seja, "olho vermelho" em irlandês arcaico. Dagda também recebe o nome de Deirgderc. Provavelmente, Eochaid, era uma antiga divindade solar cujo culto foi absorvido pela figura de Dagda. Outro nome pelo qual Dagda é conhecido é Ruad Rofhessa, ou "Senhor do Grande Conhecimento", onde podemos constatar mais uma vez seu grande poder e sabedoria.
Dagda por esta análise é conhecido como o deus pai, deidade solar e detentor da sabedoria, somando a isto a atividade de controlador do clima e das estações do ano, pois sem dúvida a mudanças de estações tem extrema relação com a intensidade de raios solares recebidos.
Filho de Éithne, Dagda é irmão de Lugh. O nome do seu pai porém é divergente entre os autores, mas a sua maioria acredita ser Elatha. Muitas são as amantes de Dagda, podemos citar Morrigan e Boann, assim como são muitos os seus descendentes, o mais notório entre eles é sem dúvida Brighid, mas também Angus Óg, Ogma e Bodb.
Dagda, segundo as lendas, tinha uma harpa mágica pela qual com a sua doce música as estações do ano passavam. Duardabla, "O Carvalho de Dois Tons de Verde" ou também Coir-cethair-chuir, "Música de Quatro Pontas" são os nomes atribuídos a harpa.
Á primeira vista sem sentido, mas quando analisamos que estamos falando da harpa que faz passar as quatro estações do ano, podemos entender. Podemos também fazer uma alusão a divisão do ano irlandês em duas metades, An Grían Mór - O Grande Sol (Verão e Primavera) a An Grían Béag - O Pequeno Sol (Inverno e Outono). Durante o Grande Sol, o Carvalho, uma das mais importantes árvores da mitologia irlandesa, está repleto de verdejantes folhas. No Pequeno Sol, o carvalho fenece e perde suas folhas, ganhando um verde pálido. Assim podemos entender os dois tons de verde do primeiro nome.
Durante a Segunda Batalha de Moytura, a harpa de Dagda foi roubada pelos Foimore, tendo como consequência uma bagunça nas estações do ano. Para trazer sua harpa de volta, Dagda se juta a Lugh e Oghma - representando a Soberania, o Vigor e a Sabedoria que precisamos para restabelecer o equilíbrio.
Outro objeto de Dagda é um imenso bastão. Clavas, cajados e bastões são comuns a muitos deuses ancestrais, como o gaulês Sucellus, o nórdico Thor e o galo-britânico Taranis. Em todos os casos, o bastão é uma representação do relâmpago. O relâmpago visto como um raio de sol que descia dos céus, evidenciando assim sua ligação com Dagda. Mas o bastão do Dagda tinha outra característica: o Divino.
Quando tocava um guerreiro morto com uma das extremidades do seu cajado, era lhe restaurado a vida. A outra ponta do cajado era o oposto, pois tirava a vida. Este bastão era tão pesado que nem oito homens conseguiriam carregá-lo, e somente o próprio Dagda seria capaz de utilizá-lo.
O caldeirão, o mais marcante de todos os objetos de Dagda, é associado a fartura e regeneração. Conhecido como o inesgotável, era capaz de alimentar eternamente seus seguidores. Além disso, os guerreiros feridos que fossem mergulhados no caldeirão eram curados.
O caldeirão de Dagda faz parte do conjunto de objetos mágicos, conhecido como os Tesouros dos Tuatha Dé Danann. Além dele, temos a lança mágica de Lugh, a espada de Nuada e a Lia Fáil, a "Pedra do Destino". Interessantemente, estes tesouros podem ser associados aos quatro elementos que constituem os fundamentos da magia: O caldeirão, está associado ao elemento Água, a lança, está associada ao elemento Fogo, a espada que corta o Ar está associada a este elemento, e a Lia Fáil, símbolo de quem governa a terra, é associada ao elemento Terra. Esses quatro elementos juntos, trazem o equilibro ao universo e são os elementos necessários para a perfeita prática da magia - atributo marcante entre os Tuatha Dé Danann e principalmente de Dagda.
Dagda reúne vários elementos que fazem dele uma deidade ancestral realmente antiga. Sua relação com o Sol, com a fertilidade, com as estações do ano, sua sexualidade quase caricata faz com que tenhamos uma imagem bem definida de Dagda, o Bom Deus das tradições pagãs: jovial, poderoso e nobre.
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