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Eostre - Senhora da Primavera


Eostre (também conhecida como Ēostre, Eostra, Eostrae, Eastre, Estre, Ostara, Osterae e Austra) é a Deusa da fertilidade, amor e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e mitologia germânica. Seu nome significa "Deusa da Aurora".

A ela é comemorado o sabbath de Ostara pois é dito que os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de Março e, sendo esta uma das celebrações mais próximas do equinócio, a Wicca absorveu a celebração da Deusa para esta data, assim como ligou a ela símbolos comuns do renascimento e fertilidade, tais como ovos e lebres. No entanto, não há imagens de Eostre, nem esculturas, nem lendas e nenhuma associação desta Deusa com lebres, coelhos ou ovos. Aliás, há até dúvidas que ela tenha sido cultuada ou mesmo existido já que o único relato referente a ela é de 725 E.C. escrito pelo monge inglês Beda. Ele explica que o mês lunar de Eosturmonath* "uma vez chamado assim em homenagem a uma Deusa ... chamada Eostre, em cuja honra festas foram comemoradas."

*Eosturmonath era o 4º mês de um antigo calendário Inglês.

Jakob Grimm, em sua mitologia teutônica, afirmava que "Ostara, Eástre, era a Deusa da luz crescente da primavera". A água na forma do orvalho, ou água coletada dos ribeiros, era recolhida neste tempo e tudo o que fosse lavado nessas aguas teria a juventude restaurada. Belas donzelas vestidas de branco puro eram vistas brincando por todo o país. Também de acordo com Grimm, a donzela branca de Osterode (uma cidade da Alemanha) aparecia com um grande grupo de chaves em seu cinto, e caminhava até córrego para coletar a água pela manhã.

Origens e ligações do nome da Deusa

Há fontes que ligam o nome Eostre com os nomes das Deusas do amanhecer correspondentes à Deusa romana Aurora e grega Eōs.

Usando material comparativo, como o inglês antigo "Eostre" nos permitem propor um termo Proto-Indo-Europeu (PIE) para a 'deusa do amanhecer', caracterizada como a que traz a luz de forma 'relutante', um ato pelo qual ela é punida. Em três grupos [linguísticos] indo-europeus, báltico, grego e indo-iraniano, a existência de um termo PIE para 'deusa do amanhecer' tem ainda mais apoio linguístico por neles ela ser designada como 'filha do céu'. Todos [os termos correspondentes em lituano, grego e hindu antigo] derivados de um termo PIE 'filha do céu'. O correspondente 'filho do céu' é impossível de ser reconstruído lexicamente, mas é, semântica e mitologicamente, associado com os 'Gêmeos Divinos'" o que indica que possivelmente a Deusa tenha tido um irmão.

Ostara, como a Deusa também é chamada, tem origem anglo-saxã provinda do advérbio ostar que expressa algo como "Sol nascente" ou "Sol que se eleva", Muitos lugares na Alemanha foram consagrados ao sol nascente, como Austerkopp (um rio em Waldeck), Osterstube (uma caverna) e Astenburg.

Tais indicativos ajudam, posteriormente, a construir Eostre como uma Deusa associada à luz crescente da primavera, momento em que trazia alegria e bênçãos a Terra.

Alguns historiadores dizem que Eostre é meramente uma das várias formas de Frigga (Deusa indo-européia - esposa de Odin), ou que seu nome seria um epíteto para representar Frigga em seu aspecto jovem e primaveril. Outros pesquisadores a associam à Astarte (Deusa Fenícia) e Ishtar (Deusa Babilônica), devido às similaridades em seus respectivos festivais da primavera.

Relações com a Mitologia

Alguns sites contam uma história de Eostre ligando-a a pássaros e lebres, porém não há nenhum registro antigo relacionado a isso, o que leva a crer que esse mito seja uma versão moderna criada para ligar símbolos de fertilidade presentes no paganismo com a Deusa.

No mito, conta que Eostre estava sentada em um jardim com algumas crianças, quando um pássaro voou sobre elas e pousou na mão da Deusa. Ao dizer algumas palavras mágicas, o pássaro se transformou em uma lebre. Isto maravilhou as crianças mas, com o passar dos meses, elas repararam que a lebre não estava feliz com a transformação, porque não mais podia cantar nem voar.

As crianças pediram a Eostre que revertesse o encantamento. Ela tentou mas não conseguiu desfazer o encanto. Eostre decidiu esperar até que o inverno passasse, pois nesta época seu poder diminuía. Quando a Primavera retornasse e ela seria restituída de seus poderes e poderia ao menos dar alguns momentos de alegria à lebre, transformando-a novamente em pássaro, nem que fosse por alguns momentos.

A lebre permaneceu até que então a Primavera chegou e Eostre, com seus poderes restaurados, transformou a lebre em um pássaro novamente. Agradecido, o pássaro botou ovos em homenagem a Deusa mas logo voltou a forma de uma lebre que, ainda feliz, pintou os ovos e os distribuiu pelo mundo.

Para lembrar às pessoas de seu ato tolo de interferir no livre-arbítrio de alguém, Eostre entalhou a figura de uma lebre na lua que pode ser vista até hoje por nós.

Simbologia

A primavera sempre foi vista como uma época de fertilidade e vida nova, por isso seus símboslos mais comuns são a lebre e os ovos.

A lebre é muito conhecida por seu poder gerador, sendo um símbolo de fertilidade além de ser o animal que, devido ao seu comportamento esquivo, é ligado à Lua. A lebre também acompanha muitas Deusas tais como Hécate, Freya e Holda.

O ovo sempre esteve associado ao começo da vida. Não são poucos os mitos que nos falam do "ovo primordial" ou "ovo cósmico" que teria sido chocado pela luz do Sol, dando assim vida a tudo o que existe. O ovo e todas as sementes) contém "todo potencial", cheio de promessa e vida nova. Ele simboliza o renascimento da natureza, a fertilidade da Terra e toda a criação.

A Primavera também é um tempo visto relacionado a pureza, da juventude e da beleza, atributos que, mais tarde também foram ligados à Deusa.

Muito se diz também sobre a ligação de Ostara/Eostre com a Páscoa cristã. Caso seja este o seu interesse, há um outro post que discorro longamente sobre o assunto.

Deusas com aspectos semelhantes:

  • Mitologia Grega: Eos

  • Mitologia Nórdica: Frigga

  • Mitologia Romana: Aurora


Fontes: Dezmilnomes,
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