Filho de Odin e Frigga, Hermod era o irmão menos conhecido de Baldur e Hödur, aparecendo como coadjuvante no mito da morte de Baldur. Alguns autores questionam se ele era filho ou apenas auxiliar e emissário de Odin; por não ter sido incluído por Sturluson na lista dos deuses Aesir, ele poderia ter sido um herói divinizado semelhante ao celta Heremod. Hermod era descrito como um jovem vistoso, dotado de rapidez de movimentos e por isso usado pelos deuses como mensageiro, quando usava um bastão emblemático, um elmo e uma bonita armadura, sendo honrado como um guerreiro valente e destemido. As vezes ele acompanhava os guerreiros mortos para Valhalla, cavalgando junto com as Valquírias.
Partindo da premissa da sua filiação divina, Hermod completa o drama fraternal de Baldur como o irmão mensageiro, enquanto o irmão cego Hödur matou Baldur, instigado e auxiliado por Loki (vide o mito de Baldur).
Por não ter conseguido obter das Nornas informações satisfatórias em relação aos eventos futuros, Odin pediu a Hermod que montasse seu corcel mágico Sleipnir e se deslocasse até a terra das tribos fínicas, na proximidade dos gelos polares, cujos xamãs eram renomados pelos seus poderes mágicos para invocarem tempestades. O mais famoso mago e xamã era Rossthiof, que foi amarrado em um poste por Hermod, usando o bastão mágico de Odin e intimando-o a revelar os presságios sobre os futuros eventos. Muito contrariado, mas obrigado por Hermod e temendo a fúria de Odin, o mago começou a entoar encantamentos e imagens começaram a se formar no ar: um rio de sangue, uma linda mulher e um menino crescendo rapidamente e se tornando guerreiro. O mago explicou que o rio de sangue prenunciava a morte de um dos filhos de Odin, mas se o próprio Odin seduzisse a linda princesa Rinda - da terra dos rutênios (tribo russa) - o filho dessa união ia crescer com rapidez e vingar a morte do seu irmão.
No mito de Baldur é descrita a perigosa jornada empreendida por Hermod, à pedido de Frigga, até o reino da deusa Hel, para dela obter a libertação e volta de Baldur. A descrição dessa jornada é extremamente detalhada e interessante e pode ser resumida desta maneira. Hermod cavalga Sleipnir (o cavalo de Odin), passa pela ponte Gjallarbru sobre o gelado e escuro rio Gjoll, é interpelado pela guardiã Mordgud e, após a sua permissão, atravessa o portal Helgrind, entrando no reino de Hel, onde vê o seu irmão Baldur, com aparência espectral e no meio dos mortos. Hel impõe uma cláusula para a libertação de Baldur: "que todas as criaturas de todos os mundos chorassem por ele". Hermod volta trazendo, além da noticia, o anel mágico Draupnir ofertado por Odin na pira funerária e presentes de Nanna, esposa de Baldur - que tinha morrido de tristeza e foi cremada junto com ele - para Frigga, em sinal de saudade. O retorno de Baldur não se concretizou, devido à interferência maldosa de Loki, que, disfarçado como uma velha mulher, recusou-se a lamentar a morte de Baldur, impossibilitando assim a sua volta. Hermod, apesar da sua pouca relevância mítica, personificava virtudes prezadas e almejadas pelos antigos povos nórdicos como: coragem, lealdade, fraternidade, dedicação a um ideal e a tenacidade para realizá-lo, a despeito de obstáculos e perigos.