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Osíris - O Deus do Julgamento, do Além e da Vegetação


Osíris (Ausar em egípcio) é um deus da mitologia egípcia. Oriundo de Busíris, no Baixo Egito, foi, primitivamente, a deificação da força do solo, que faz a vegetação crescer; disto derivou seus atributos posteriores, que o exaltam como o inventor da agricultura e consequentemente o propiciador da civilização, do qual tornou-se uma espécie de patrono. Mais tarde, seus mitos passaram a representá-lo como um mítico faraó que teria governado o Egito em tempos imemoriais, sendo traído por seu próprio irmão, Seth, que o mata para obter o trono. Osíris, vencendo a morte, renasce no Além, tornando-se o Senhor da vida pós morte e juiz dos espíritos que lá chegam. Embora a trajetória de deus da vegetação para deus da vida após morte pareça desconexa e incoerente, o que há de comum nessas atribuições é o conceito de ciclos de vida e renascimento que tanto a vegetação quanto a passagem para o além carregam. Assim, pode-se dizer que, resumidamente, Osíris é o deus do renascimento.

Osíris foi um dos deuses mais populares do Antigo Egito, cujo culto remontava às épocas remotas da história egípcia e que continuou até à era Greco-Romana, quando o Egito perdeu a sua independência política.

Marido de Ísis e pai de Hórus, era ele quem julgava os mortos na "Sala das Duas Verdades", onde se procedia à pesagem do coração ou psicostasia.

Osíris, é sem dúvida o deus mais conhecido do Antigo Egito, devido ao grande número de templos que lhe foram dedicados por todo o país; porém, os seus começos foram os de qualquer divindade local e é também um deus que julgava a alma dos egípcios se eles iam para o paraíso (lugar onde só há fartura). Para os seus primeiros adoradores, Osíris era apenas a encarnação das forças da terra e das plantas. À medida que o seu culto se foi difundindo por todo o espaço do Egito, Osíris enriqueceu-se com os atributos das divindades que suplantava, até que, por fim substituiu a religião solar. Por outro lado a mitologia engendrou uma lenda em torno de Osíris, que foi recolhida fielmente por alguns escritores gregos, como Plutarco. A dupla imagem que de ambas as fontes chegou até nós deste deus, cuja cabeça aparece coberta com a mitra branca, é a de um ser bondoso que sofre uma morte cruel e que por ela assegura a vida e a felicidade eterna a todos os seus protegidos, bem como a de uma divindade que encarna a terra egípcia e a sua vegetação, destruída pelo sol e a seca, mas sempre ressurgida pelas águas do Nilo.


O nome Osíris

Segundo Diodoro Sículo, os primeiros egípcios, logo que surgiram, olharam para o céu e ficaram com temor do Universo, e imaginaram dois deuses eternos, o Sol e a Lua, respectivamente Osíris e Ísis. Osíris significa muitos-olhos, um significado apropriado para representar os raios do Sol, que vêem tudo, tanto a terra quanto o mar. Os mitógrafos gregos, ainda segundo Diodoro Sículo, identificaram Osíris com Dionísio e com a estrela Sirius; Diodoro cita poemas de Eumolpo e Orfeu identificando Dionísio com a estrela Sirius. Segundo alguns, Osíris era representado com uma capa de estrelas, imitando o céu estrelado.

A representação de Osíris é de um rei mumificado com barba e a cabeça adornada com uma coroa. A pele é esverdeada ou preta, como forma de indicar que está, de fato, morto.

Suas figuras, datadas do Novo Reino, período entre 1539 a 1075 a.C., o revelam de braços sobre o peito e segurando em cada uma das mãos um cajado e um açoite.


O mito de Osíris

Osíris era filho de Geb, deus da terra, e de Nut, deusa do céu e a mãe dos deuses. Ele tinha três irmãos: Set, deus da guerra, da violência e do caos; Néftis, deusa do morte; e Ísis, deusa do amor, da natureza e da magia.

Set casou-se com sua irmã Néftis e Osíris com sua irmã Ísis. O papel de Osíris foi o de governar o império antigo, já seu irmão ficou encarregado de governar o deserto. Decerto, isso causou incômodo em Set que passa a ter muita inveja de seu irmão.

Diante disso, Set prepara uma armadilha para matar Osíris. Ao conseguir prendê-lo num sarcófago, ele foi atirado ao rio Nilo.

Ciente do ocorrido, Ísis fica desesperada e vai atrás do corpo do marido, para enterra-lo com dignidade.

Com receio de que sua irmã encontrasse o corpo, Set o dividiu em 14 pedaços e distribui as partes do cadáver de Osíris pelo Egito.

Com a ajuda de sua irmã Néftis, a deusa Ísis desenterrou todos os pedaços, menos o falo (pênis) que fora substituído por um caule vegetal. Após o ocorrido, ele é mumificado e Ísis se transforma numa ave, que tem o poder de ressuscitar Osíris.

Pelo união sexual de ambos, Ísis deu vida ao filho, Hórus, deus do sol nascente, que vingou a morte de seu pai matando seu tio Set.

Assim, Hórus passa a governar o Egito, e Osíris, que foi ressuscitado, passa a viver e governar o submundo. Ali, ele ficou responsável por julgar as pessoas pesando seus corações.


Outros detalhes

Também chamado de Usir ou Ausar, Osíris está relacionado com a vida no além pois à ele foi atribuído o trabalho de julgar os mortos.

Para isso, o rei da ressurreição pesava o coração de cada um. Esse processo era chamado de "psicostasia" e acontecia na "sala das duas verdades". Assim, segundo o resultado obtido, ele decidia o destino das pessoas.

Ele também é cultuado como deus da agricultura porque esse processo também implica na morte e renascimento da vida.

Após a colheita, os campos experimentam o vazio até que sejam novamente semeados para produzir novamente.


Símbolos

O símbolo mais importante associado a Osíris era o pilar ou coluna djed. Não se sabe o significado exato deste símbolo, tendo sido proposto que representaria quatro pilares vistos uns atrás dos outros, a coluna vertebral de um homem ou do próprio Osíris ou uma árvore de cedro da Síria com os ramos cortados (esta última hipótese relaciona-se no relato mítico segundo o qual a caixa-sarcófago ficou inscrustado num cedro). O djed representava para os Egípcios a estabilidade e a continuidade do poder.

O djed era o elemento principal de uma cerimónia ritual que se celebrava durante a festa heb sed do faraó (o jubileu real), denominada como a "ereção da coluna djed" e das quais se conhecem várias representações.

A nébride, ou seja, a pele de um animal esfolado (julga-se que seria a pele de uma vaca ou então de um felino) pendurada num pau que está inserido num recipiente, era outro símbolo associado ao deus.

Osíris tinha como barca sagrada a nechemet, na qual as Ísis e Néftis eram representadas ocupando respectivamente a proa e a popa.


Fontes : Toda Matéria, Ancientegypt
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