Serqet - A Deusa Escorpião
- M Galasky
- 3 de dez. de 2021
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Serqet Ć© a deusa escorpiĆ£o da mitologia egĆpcia. O seu nome Ć© uma abreviação da expressĆ£o Serket-Hetyt que significa "a que aperta a garganta" ou, de acordo com outra interpretação, "a que facilita a respiração na garganta" - na primeira tradução remete-se ao fato de facilitar a respiração dos recĆ©m-nascidos e na segunda ao seu papel benĆ©fico na cura de picadas de escorpiƵes (sendo um dos efeitos destas picadas a sensação de sufoco). Ć tambĆ©m conhecida como Selchis, Selkhet, Selkis, Selkhit, Selkit, Selqet, Serkhet, Serket-Hetyt, Serqet e Serquet.
Em sua representação mais comum Serqet caracterizada por uma mulher com um escorpião na cabeça, tendo o escorpião a cauda erguida em posição pronto para o ataque. Em representações menos comuns, era representada como um escorpião com cabeça de mulher ou mesmo como serpente. Na XXI Dinastia foi representada como uma mulher com cabeça de leoa, tendo a nuca protegida por um crocodilo.
No inĆcio nĆ£o possuĆa as caracterĆsticas benĆ©ficas que adquiriu mais tarde. Era a mĆ£e (ou esposa) do deus serpente Nehebkau, cuja função era proteger a realeza e que vivia no mundo dos mortos. Devido a esta associação, Serqet era vista como guardiĆ£ de uma das quatro portas do submundo prendendo os mortos com correntes. Quando Nehebkau tornou-se um divindade benĆ©fica, Serqet seguiu o mesmo caminho.
Junto com as deusas Ćsis, NĆ©ftis e Neith guardava as vĆsceras do morto colocadas nos vasos canópicos. Serqet protegia o deus Kebehsenuef (um dos quatro Filhos de Hórus) que vigiava os intestinos. TambĆ©m Ć© atribuĆda a capacidade de cegar a serpente Apófis cujo objetivo era evitar a viagem diĆ”ria de RĆ” na barca solar. Era apresentada tambĆ©m como filha deste deus. Recebia o epĆteto de "Senhora da Bela MansĆ£o", sendo esta mansĆ£o a estrutura onde se realizava o processo de embalsamento.
à com medo e apreensão que os homens cuidadosamente andam perto de serpentes e escorpiões. Não porque essas criaturas poderiam sobrepuja-los com sua ferocidade e força, mas porque os venenos que eles carregam são mais letais que qualquer lâmina ou flecha. Ainda assim, apesar de todo o pavor que eles causam, eles nunca atacam à toa ou movidos pela raiva. Venenos de qualquer tipo são controlados e administrados apenas naqueles que merecem tal punição. Serqet, a Deusa do Veneno, faz com que seja assim.
Apesar daqueles tocados por seu ferrĆ£o sofrerem uma dor devastadora e sufocante, Serqet nĆ£o Ć© uma deusa da retribuição mas da proteção. Os mortos sĆ£o embalsamados e preservados para todo o sempre com os fluĆdos extraĆdos das crias de Serqet. Um dos quatro vasos canópicos que guardam os órgĆ£os internos dos mumificados Ć© guardado por ela. E apesar de seu golpe ser certamente fatal, Serqet pode curar venenos com a mesma facilidade com a qual os aplica.
Um campo de batalha Ć© com certeza um lugar estranho para se encontrar essa deusa. Normalmente, Serqet Ć© uma presenƧa invisĆvel. Ela observa. Ela espera. Ela aprende antes de atacar, para se certificar que aqueles que ela mata mereciam este fim. Provavelmente foi o orgulho dos Deuses que levou Serqet atĆ© este ponto. Agora todos encontrarĆ£o suas mortes com veneno em suas veias.